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quarta-feira, 14 de março de 2012

[RESUMO] Características culturais e sociais

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Características culturais e sociais
(resumido por Isabella Colombo)

Representação: o ciberespaço como espaço da simulação

O ciberespaço é um "espaço frequentado", não fisicamente, mas pela visão e audição.

Em nossa percepção sensorial o espaço virtual representa um mundo simulado, em um ambiente tecnológico no qual podemos navegar (onde os pontos de referência são textos, hipertextos, imagens, sons etc.

Internet = Onde acontecem fluxos de intercâmbio de informação e de trânsito de navegantes ou usurários.
      É uma construção social em todos os aspectos feita à 
                   imagem e semelhança do mundo transitável fisicamente.

Todos os sistemas de sinais estão sendo transferidos para o ciberespaço. Todos os objetos e processos realizados pelo homem no mundo real estão sendo representados e digitalizados na internet.
       Espaço de ação paralelo, com autonomia e características próprias.

Ex.: Quando compramos um produto pela internet, vamos até à figura do carrinho de compras e clicamos. A transação comercial está efetuada. Podemos continuar navegando por essa loja virtual e continuar adicionando produtos virtuais à nossa lista, ou finalizar nossa compra. O referencial desse pictograma é o carrinho de compras do hipermercado; a ação é a mesma, mas o seu desenvolvimento não: ninguém irá clicar em um carrinho de compras real para adicionar-lhe produtos.

A ação de compra no ciberespaço é realizada com o pictograma do carrinho. Se desenvolvemos ações de maneira diferente, também deveriam existir representações diferentes. Então, por que precisamos do pictograma do carrinho?

Ciberespaço = Sistema de signos completamente autônomo e independente do espaço real.

Precisamos traduzir nossa experiência de uso e nossa bagagem cultural e simbólica para o ciberespaço. Assim o faremos habitável e conseguiremos utilizá-lo.

Os pictogramas utilizados no ciberespaço respondem às nossas experiências no mundo real, no espaço, mas não são a mesma coisa nem desempenhas a mesma função.

Os fluxos eletrônicos

No mundo real o homem que se move. No ciberespaço são representações ou as de objetos que se movimentam para buscar o que desejamos. O usuário navega pelo ciberespaço por meio de fluxos de informação.

Esses fluxos são manipulados por meio da representação de ferramentas eletrônicas, que são extensões do corpo humano.

A substituição de nosso corpo por ferramentas eletrônicas possibilitou o renascimento da escrita e da comunicação pictográfica (ícones e metáforas visuais) no ciberespaço. Dessa forma, a nossa representação em um chat ou a representação do cursor são ferramentas geradoras de fluxos de informação.

A função essencial do design digital é gerar ferramentas visuais que possibilitem o desenvolvimento de ações e o fluxo de informações.

A bisensorialidade (e a pentasensorialidade)

O ciberespaço ainda é, hoje em dia, um meio audiovisual. A tecnologia ainda não conseguiu integrar satisfatoriamente nenhum dos outros sentidos do ser humano (tato, olfato e paladar).

O ciberespaço é bi-sensorial.

Se no futuro o usuário puder tocar, cheiras e saborear objetos na internet, o design digital sofrerá uma grande revolução, pois deverá reformar sua própria linguagem, estendendo-se aos outros sentidos que darão novos usos ao homem no ciberespaço.

Globalidade e localidade

No ciberespaço não existe, como espaço, uma territorialidade definida. Não existem rios, montanhas, ladeiras, cidades ou Estados. Não há delimitações políticas que digam que você está em um ou outro país.

Diferentemente da noção de território, existem redes onde encontramos conexões definidas por interesses (ligações, links) culturais, econômicos, sociais etc. Esta desterritorialização o faz global. Quando navegamos pela internet viajamos mais por círculos de interesses pré-determinados (mundos especializados).
     ∟ Multiculturalizade = rege a maior parte dos projetos dirigidos para a internet ou novas tecnologias.
                                               
As ações de design voltadas para a satisfação das necessidades de nossos usuários vão-se especializando e, muitas vezes, é difícil definir um usuário-padrão.

A globalidade e a localidade são completamente compatíveis, uma não existe sem a outra.

Ex.: Um grande portal da internet aberto a milhões de usuários do planeta deverá atender a um tipo de linguagem compatível com todos os territórios onde possa haver interessados em seu conteúdo (e não é só com respeito ao idioma, mas tom, vocabulário e gramática). A compreensão da linguagem (escrita e gráfica) será orientada em termos globais e locais.

Cotidianidade: o ciberespaço como construção social e cultural (real como a própria vida)

O ciberespaço é um lugar social e cultural. É uma grande forma de sobrenatureza em si própria. A própria simulação dos objetos na internet revela a consciência real do ciberespaço.

antropólogo
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Marc Augé = reflexões sobre "lugares" e "não-lugares"

Neste mundo que habitamos, o espaço por onde nos movemos é definido por lugares. É um lugar porque assim o identificamos, nós o relacionamos com outros lugares e ele nos fala de um antes e de um depois (de sua história). 

Augé define um lugar como um "espaço de identidade, relacional e histórico".
                                                                          ∟Ex.: A praça pública, a própria casa ou qualquer outro 
                                                                                            espaço que tenha essas características.

"Não-lugar" = seria aquele que não é um "espaço de identidade, nem relacional, nem histórico".
                                                                           ∟Ex.: Lugares de trânsito como estradas, aeroportos, 
                                                                                                      hotéis, campos de refugiados, 
                                                                                           os meios de transportes (trens, aviões etc.)

O lugar tem um passado, habitantes. Os "não-lugares" não tem um passado implícito, não possuem habitantes (somente pessoas em trânsito) e só fazem referência aos verdadeiros lugares por meio da palavra ou dos símbolos escritos.

No ciberespaço, a música, a imagem, o texto, o som e o vídeo estão integrados numa estrutura de informação comum: todas essas representações linguísticas estão reduzidas em bits. Todas pertencem a uma mesma natureza digital, o que não acontecia no espaço (primeiro e segundo meios).

O ciberespaço é um espaço heterogêneo onde é possível criar sistemas multilinguistas ou multi-idiomáticos. É  capaz de integrar diferentes códigos e, portanto, sua capacidade de conter diferentes culturas é maior.
      Capacidade de miscigenação de signos.
              ∟ Localidade e globalidade.
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De um lado, o ciberespaço nos mostra diferentes características locais, formas linguísticas próprias de determinadas culturas em todo o mundo, e isso ajuda a entender e a compreender as culturas e formas de vida de uma minoria. Mas, por outro lado, a publicação dos símbolos de uma determinada cultura na internet pressupõe a assimilação desses símbolos por outras culturas que os tomam como seus, fora do contexto. Logo são publicados em seu site e entram no terreno da globalidade.
        ∟ Miscigenação semiótica
                     ∟ Estabelecimento de forma linguísticas comuns entre pessoas muito distantes entre si
                                                              e com diferentes referências culturais.

Prof. Gabriel

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